Projeto
ECOABELHAS:
Por um mundo de doçura e mel
Abelha Mandaçaia (Melipona mandacaia).
Os índios sabiam do porquê dar nomes com significados aos animais e vegetais. Mandaçaia é uma palavra indígena que significa “vigia bonito” – mandá= vigia e çai= bonito. Assim, o nome Mandaçaia vem do fato de haver no orifício de entrada da colônia uma abelha sempre de prontidão para proteger o ninho: a vigia.
A Mandaçaia é uma abelha nativa, 100% brasileira, sem ferrão, muito mansa e sua criação racional deve ser valorizada porque é através dela que muitas plantas nativas são polinizadas. Preservá-la é preservar o nosso patrimônio natural.



Abelha Iraí (Ira: abelha, mel ; Y: rio).
A abelha Iraí – Nannotrigona Testaceicornis, é bem pequena -mede em torno de 4 mm de comprimento. Seu nome vem do Tupi e significa Rio do Mel ( Ira: abelha, mel ; Y: rio).
Constrói seu ninho onde quer que encontre ocos: árvores, moirões de cerca, paredões de pedra, por isso, é muito comum encontrá-las em áreas urbanas.
A entrada da Colônia é um tubo, semelhante a um canudo curto, feito com cerume pardo ou escuro, em torno do qual se encontram sempre várias abelhas guardiãs.
De coloração preta, a Iraí é uma espécie bastante comum, tímida, mansa e de fácil manejo. Tem o interessante hábito de fechar a entrada da sua colônia ao cair da noite, e abri-la ao amanhecer.
A colônia tem uma população estimada de 2.000 a 3.000 habitantes que, além de grande quantidade de própolis puro e viscoso que usam para defesa de seu ninho, produzem mel saboroso de excelente qualidade, porém em pequena quantidade, cerca de 300gr/ano.
O mel da iraí é um bom complemento nutricional e agente terapêutico. Possui potentes propriedades antimicrobianas em função de diversos compostos como o peróxido de hidrogênio, outras enzimas e fontes florais, mas perde parte de sua eficácia se exposto à luz.
Devido a baixa produção de mel, a Iraí não é criada para este fim, entretanto por seu comportamento manso e rústico, é muito requisitada como agente polinizador para estufas e pequenas plantações.







Abelha Mirim Plebeia Droryana
Foi instalada a nossa terceira Colônia das abelhas indígenas nativas sem ferrão. Agora foi a vez da ABELHA MIRIM PLEBEIA DRORYANA, completando assim, o primeiro ciclo do nosso projeto “Ecoabelhas: por um mundo de doçura e mel”.
Hoje temos, além das 3 Colônias que implantamos, mais duas que nidificaram espontaneamente no oco do abacateiro e no muro de pedras em frente a nossa horta.
A partir daí, o nosso meliponicultor Cristiano fará, periodicamente, a manutenção das Colônias com a participação das crianças que terão muitas oportunidades de incorporarem conhecimentos diversos.
Sobre a Mirim Plebeia Droryana
Abelha rústica e resistente, a abelha Mirim Plebeia Droryana é uma abelha social e com uma população de 2 a 3 mil abelhas por colmeia.
Conhecida popularmente como Abelha-Mosquito, Jataí-Mosquito, Jataí-Preta e Jati-preta, é pequena e mansa.
De corpo escuro, possui uma mancha amarela em forma de gota na parte frontal da cabeça. Nidifica em fendas de árvores ocas e buracos nas rochas ou muros, desde que os ocos ou fendas sejam de tamanho apropriado e não aquecidos pelo sol em demasia.
A entrada do seu ninho é feita com própolis e cerume de coloração branco amarelada, quase transparente. Se o ninho está em local escuro, o pito é maior e direcionado para o lado da claridade.
Frequentemente há duas entradas no mesmo pito, uma menor e circular, logo acima da entrada principal, e outra, que fica abaixo, com formato de fenda, que possibilita a passagem de 3 abelhas por vez.
Nesta espécie, ocorrem machos normais ou gigantes, ambos são tratados da mesma maneira pelas operárias.
A Plebeia droryana produz mel apreciado, porém escasso. Normalmente não ultrapassa meio litro por ano.



Benefícios para a criança
- Conhecer a vida social das abelhas, entendendo que são importantes agentes da polinização e conservação da biodiversidade, e que, portanto, precisam ser protegidas.
- Acompanhar o desenvolvimento da Colônia, observando toda a sua estrutura interna e sua produção: pólen, mel, própolis, geleia real, geoprópolis e cerume.
- Ter a oportunidade de colher e fazer a degustação do mel in natura.
Curiosidades
Apicultura- ciência ou arte da criação de abelhas com ferrão.
Meliponicultura – é a criação de abelhas sem ferrão.
Até 1841 só tínhamos abelhas nativas. Seu mel era usado pelos indígenas para adoçar suas bebidas. Acreditavam também que o mel continha propriedades medicinais, e entre elas, o tratamento de catarata.
Em 1841, os jesuítas trouxeram da Europa, algumas espécies com ferrão, pois as nativas não produziam cera, necessária para a fabricação de velas.
Em 1956 foram introduzidas as africanas, para a produção do mel em larga escala.